quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Eu enlouqueci

Oi. Me chamo Ana Carolina, mas os outros me chamam de Carol. É um problema esses pais que dão nome aos filhos e depois passam o resto da vida chamando os coitados de outra coisa. Se queriam me chamar de Carol, por que não encurtar logo, pô? A única coisa boa dessa história –se é que se pode chamar de boa- é que eu cumpri um ritual de passagem que só tem um nome e é chamado por outro conhece: o de trocar o nome de perfil na internet de apelido para nome real. Meu amigo, se você passou por isso, saiba que equivale a ser testado por sua tribo sendo obrigado a ficar nu em uma floresta caçado por cachorros e por outros bichos enquanto tenta sobreviver em cima de uma árvore. Era isso que os celtas faziam. Ou foi isso que eu li que os celtas faziam. Era um livro do Bernard Cornwell, então vou colocar em cheque a veracidade da história dos celtas e dos cachorros e das árvores, mas vou me conceder um ponto por gostar do Bernard Cornwell.
Eu de volta, mas dessa vez com fotos de cabeça pra baixo
Agora que eu me lembro, antes de eu divagar sobre rituais de amadurecimento celtas, eu falava sobre trocar o apelido pelo nome real nas redes sociais. Ah, que rito de passagem. Significa agora que você cresceu, e o mercado de trabalho –ou só seus professores mesmo- agora querem que você seja um adulto. Por mim eu continuaria comendo sorvete o dia inteiro enquanto assistia a hexalogia de Star Wars, mas adivinha só¿ A verdadeira prova que eu cresci é que eu não só descobri que a trilogia nova é uma bosta e que sorvete não é a melhor comida do mundo, e que ok, star wars agora é uma heptalogia e olha só como meus conhecimentos matemáticos deram um salto que vale um ouro olímpico aprendi a falar 7 de um jeito requintado mas que eu quis fazer outras coisas também. Medicina, por exemplo.
Essa introdução foi só pra provar a mim mesma que apesar de tudo, uma parte de mim continua a mesma. Algumas coisas podem ter mudado, por exemplo: troquei o piano pelo violão pelo fato de violões não pesarem uma tonelada e não precisarem ser carregados por trupes de bêbados recrutados do bar mais próximo para irem de um lugar ao outro, troquei o ensino fundamental pela faculdade e, no fundo, certezas por talvezes.
Seis anos se passaram desde a última vez que eu estive aqui e certas coisas mudaram, e quero um dia explicar isso tudo pra mim aqui e por que não, por tabela, pro resto do mundo? Me parece muito sensato.
I’m back, e espero escrever mais sobre as minhas loucuras por aqui. Quando digo aqui, estou sendo muito específica no “aqui” porque demorei 2 horas no sistema esquizofrênico do Google pra recuperar essa conta e agora é orgulho pessoal usar esse espaço que um dia já foi minha grande motivação criativa pra tornar minha cabeça um pouco menos embaralhada.

Será que ainda tem alguém aqui?


Observação: eu sei que a palavra “talvezes” não existe, mas como eu já pontuei várias vezes ao longo dessa existência desse blog, isso aqui é meu, oras. Eu posso inventar quantas palavras eu quiser. E eu não quero ser o Olavo Bilac, já imaginou o quanto esse cara tinha que se esforçar pra criar dez centímetros que um cara que não sabe ler pode usar como papel higiênico? Credo. Se for pra ser poeta, quero ser o Quintana. 

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